o outono está batendo às portas do coracao lançando folhas ao chão uma a uma sem nenhuma compaixão porque é seu dever deixar-se ir deixar o vento levar o que não mais agradar o que não mais servir o que não mais precisar e assim o que for importante fica em seu lugar as folhas que ainda vão balançar dançar com o vento com as borboletas e ouvir os pássaros cantarem voarem rumo ao céu azul já os frutos vão se tornando levemente coloridos e adocicados e suculentos e são (re)colhidos para serem saboreados pelos animais e pelos seres racionais que não sei por qual razão desperdiçam os frutos enviados por Deus e desperdiçam a vida e o tempo e o amor e as oportunidades e as energias vitais e depois não adianta mais chorar as folhas derramadas os frutos despedaçados a falta da sombra refrescante e da brisa ausente é aí que a gente sente um desespero por não ter (se) cuidado tão bem (se) dado algum valor e ter tido o mínimo de gratidão quando a árvore estava inteira bem ali na nossa frente mediante a última estação antes do trem partir sem (re)volta ficou um clima péssimo entre o outono e eu!!!