Eu te perdoo pela palavra não dita Refugiada na solidão dos teus lábios Entre os beijos que amordaçaste
Eu te perdoo pelo carinho adiado Tatuado na insônia do teu corpo Entre os sonhos que não dormiste
Eu te perdoo pelo olhar aflito Desenhado no deserto do teu rosto Entre os gritos de silêncio que guardaste
Eu te perdoo pelo abraço apenas imaginado Sonâmbulo a ansiar o calor dos meus braços Entre os luares que teus olhos apagaram
Eu te perdoo por sufocares teus desejos Exilando-os na penumbra do teu coração Entre os invernos perenes da tua alma
Eu te perdoo pelas vezes que te esperei Quando teus passos emudeceram Entre as fronteiras dos teus limites
Eu te perdoo pela tua renúncia Por amontoares teus sonhos em gavetas Entre tantos outros estilhaçados pelo tempo
Eu te perdoo por te perderes de mim…