SER PAPAI DE PRIMEIRA VIAGEM É… Descobrir que o amor incondicional existe e o maior e mais sincero de todos está bem diante do nosso abraço.
É dizer nas reuniões de família que os defeitos são da mãe e as qualidades são nossas. É achar nem que seja uma pinta em comum para afirmar que o bebê é nossa cara. É comprar um bodyzinho do time que torce para desfilar na frente dos amigos e mostrar “quem manda!”. É pôr às mãos no rosto, tirar, e depois dizer: “Achooou!”. É falar com a voz do bebê o tempo todo e dialogar consigo mesmo na voz original. É se pegar chorando na primeira ida ao pronto socorro. É deixar a criança beber água com sabão na hora do banho e dizer para a mãe que “foi só um golinho”. É comprar roupinhas com frases engraçadas ou de super-herois e ter que ouvir um monte da mãe depois. É olhar torto para os bebês meninos (quando se é pai – machista – de menina) com quem diz: “Tira o olho da minha filha, rapá!”. É avistar uma bebê menina (quando se é pai – machista – de menino), pegar o filho no colo, apontar com o dedo, e dizer: “Olha lá, filhão, sua futura namorada!”. É colocar o bebê no cavalinho e depois pedir desesperadamente para alguém retirá-lo por medo de derrubar (e quem sabe, ?matar?). É quase arrancar a cabeça do bebê ao tirar a roupinha por não saber para que serve os botõezinhos na gola. É se descobrir capaz de qualquer coisa por aquele pequeno ser (e ficar assustado ao refletir sobre essa descoberta). É esquecer por uns momentos que o bebê também tem uma mãe (e principalmente que nós temos uma esposa/namorada). É acumular a função de segurança não-remunerado. É se conformar com a realidade de que nem o celular e nem o controle remoto são nossos. É vivenciar a sublime sensação de ser amado verdadeiramente e para sempre, independente de classe social, posição política, cor ou religião.
Ser papai de primeira viagem é tentar ser o melhor pai do mundo mesmo sem ter a menor noção de por onde começar – embora seja muito claro em nossa cabeça qual caminho se deseja trilhar. S2