A voz da Tília
Diz-me a tília a cantar: ?Eu sou sincera, Eu sou isto que vês: o sonho, a graça; Deu ao meu corpo, o vento, quando passa, Este ar escutultural de bayadera?
E de manhã o sol é uma cratera, Uma serpente de oiro que me enlaça? Trago nas mãos as mãos da Primavera? E é para mim que em noites de desgraça
Toca o vento Mozart, triste e solene, E à minha alma vibrante, posta a nu, Diz a chuva sonetos de Verlaine??
E, ao ver-me triste, a tília murmurou; ?Já fui um dia poeta como tu? Ainda hás-de ser tília como eu sou??