Glória
Vive dentro de mim um mundo raro Tão vário, tão vibrante, tão profundo Que o meu amor indómito e avaro O oculto raivoso ao outro mundo
E nele vivo audaz, ardentemente, Sentindo consumir-se a sua chama Que oscila e desce e sobe inquietamente; Ouvindo a minha voz que por mim chama
Em situações grotescas que me ferem, Ou conquistando o que meus olhos querem: Príncipe ou Rei sonhando com domínios.
Sinto bem que são vãs pra me prenderem As mãos da Vida, muito embora imperem Sobre a noção real dos meus declínios.
(in “Dispersos e Inéditos”)