Meu Querido Tupi
Regressei à aldeia de velhos sábios Que nas meias verdades Escondiam palavras Que regridem aos mais velhos sonhos E escondem a coragem Que na língua tupi Se entende o que fala
Não sou poeta tupi Mas se falo tupi guarani À aldeia tenho que ir Para ver o poeta despido De todo mal do século No litoral frio que o escraviza Ôh que malvados colonos!
E de longe Miragens erguiam bandeiras Gritavam vitória Ancorando em vossos corações A mentira e falsas conquistas Na terra dos mais belos mestiços
Aqui não falo mais Minha língua proibida Que não foi salva pelos Jesuítas Aqui morrem meus poemas Românticos e modernistas
Não explorem mais minha língua Pois nela meu povo habita Um povo morto, mas agora livre