Glauco Mattoso: SONETO 234 CONFESSIONAL Amar, amei. Não…

SONETO 234 CONFESSIONAL

Amar, amei. Não sei se fui amado, pois declarei amor a quem odiara e a quem amei jamais mostrei a cara, de medo de me ver posto de lado.

Ainda odeio quem me tem odiado: devolvo agora aquilo que declara. Mas quem amei não volta, e a dor não sara. Não sobra nem a crença no passado.

Palavra voa, escrito permanece, garante o adágio vindo do latim. Escrito é que nem ódio, só envelhece.

Se serve de consolo, seja assim: Amor nunca se esquece, é que nem prece. Tomara, pois, que alguém reze por mim…

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