Amo as açucenas
Amo as açucenas na branquíssima vertigem do princípio do mundo. Ninguém pode amá-las assim nas madrugadas de linho e de nácar. Ninguém subiu as vertentes da colina mais íngreme com um vestido de noiva amarrado ao corpo. O abandono recortado no ar. Os desejos entorpecidos na alvura dos seios. Os guizos das cabras reclamando o cio. A cera das colmeias na greta dos lábios. O fascínio da luz a incidir nas hastes mais altas.