Hermes Fontes: XIX (Pouco acima daquela alvíssima…

XIX (Pouco acima daquela alvíssima coluna)

Pouco acima daquela alvíssima coluna que é o seu pescoço, a boca é-lhe uma taça tal que, vendo-a, ou, vendo-a, sem, na realidade, a ver, de espaço a espaço, o céu da boca se me enfuna de beijos ? uns, sutis, em diáfano cristal lapidados na oficina do meu Ser; outros ? hóstias ideais dos meus anseios, e t o d o s cheios, t o d o s cheios do meu infinito amor . . . Taça que encerra por suma graça tudo que a terra de bom produz! Boca! o dom possuis de pores louca a minha boca Taça de astros e flores, na qual esvoaça meu ideal! Taça cuja embriaguez na via-láctea do Sonho ao céu conduz! Que me enlouqueças mais… e, a mais e mais, me dês o teu delírio… a tua chama… a tua luz…

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