Eu descobri o mundo através da minha janela. Dela só conseguia ver duas árvores e nada mais… Noites e dias passavam, entre alegrias e dor. Com o tempo, percebi a beleza das duas árvores e elas me ensinaram a perceber o mundo e os seres humanos… Vi a vida passando através da minha janela e claramente, eu não conseguia participar dela. São duas arvores lindas, embora uma estivesse totalmente seca… a outra linda e verdinha… Duas belezas diferentes e, cheias de significado. Comecei a compará-las aos seres humanos : alguns cheios formas e jeitos de expressar mas, na verdade galhos secos, que nada têm de humildes, e muito menos a acrescentar, são apenas, breve paragem, de uns raros pássaros, mas, pela ausência de vida, não chegam pra ficar… Já a outra de folhas verdes e cheia de frescor, ao seu redor voam borboletas e também pássaros a cantar… Passam-me a impressão de que são aquelas pessoas de bom coração, que nasceram para a doar-se, prontas para dedicar amor, a quem dele precisar. Nos dias quentes, quando sopra brisa ligeira, observando da minha “janela”, consigo sentir o seu cheiro, como se Deus me soprasse aos ouvidos: Menina, tudo passa ligeiro… Isso me enche de Esperança e Certeza que conseguirei sair e poderei suportar, mesmo, olhando o mundo da minha janela… Então, quando alguém, sem sentimento fraternal, diz: “pobre ser humano que consegue ver o mundo somente de uma janela” não fico triste… apenas penalizada pela pouca sensibilidade e clareza de tudo o que uma simples janela pode ensinar.