ENGANAR O TEMPO
O tempo corre nos retalhos da nossa vida Dos nossos corpos já fragilizados de dor Acumula-se na poeira dos olhos sem ver
Embaça os nossos próprios pensamentos Escondendo todos os sentimentos doces De cada um de nós, espalhando os medos
Deixando a descoberto os nossos segredos Marcam para sempre as páginas envelhecidas Do livro dos nossos sonhos mais perversos
As memórias são um velho espelho abstrato Porta-retratos escondido na mente pela alma O tempo marca o rosto de qualquer humano
Engana-se o tempo, mas é ele que nos engana Cada lágrima perdida no chão é uma esperança Talvez em cada dor uma pequena doce lembrança.