PERDIDO INVERNO
Camponês embaraçado Entre os cachos da videira Engolido no infinito pela linha férrea Contava os minutos, as horas No outono sem espelhos Nas primaveras com pregos Nas memórias sem armadilhas Na brisa em agonia do verão Nas lufadas da neve no inverno Nas nuvens sem sombras Onde estica, encolhe o seu acordeão Pássaros no horizonte de tréguas Preguiçoso criador que esqueceu a liberdade Sem vontade num raio de sol Morreu entre os carvalhos no monte.