SOLTO UM ESPECTRO ?
Solto um espectro de falecidas Sombras noturnas tristes Uma pausa sem forma tocada Um espírito que murmura só
Uma dúbia luz no negrume Uma cruz pesada de mármore Um ser vivo sem saber Que mora dentro de mim
Uma alma perdida num nevoeiro mar Uma ópera cantada em silêncio De alguém que morreu sem saber Nos lençois rasgados num olhar
Lirios que voam de cruel temporal Nos sonhos de ambição morte Na fugitiva eternidade cega Sepulcro perdido lá em cima na serra
Reza de joelhos na escura noite Sombra de si mesmo murmurava No fim um espectro de falecidos sonhos Meus, teus, nossos, mas quem sabe
As trevas sabiam das lágrimas choradas Perdidas de falecidas dores de morte Dos sacrifícios feitos pelos vivos Pois dos mortos nada sabem nem querem saber