Caminhos(in)versos
Desnudam-me a arte, o espelho, o tempo e os trilhos. Mostram-me quem sou, quem não sou, quem poderia ter sido… Quem não deveria ser de jeito nenhum!
Ao reverberar em mim, a arte, faz surgir a poesia. No espelho, meu corpo adquire forma, enquanto desconforma a vida em sua imensa sabedoria, conforma-se meu corpo, na silhueta errante refletida no espelho.
O tempo, dá-me, os limites de que preciso. Na exatidão de teu agir, molda-me a seu bel-prazer com a precisão cirúrgica de um bisturi.
Os trilhos são os descaminhos, os segredos guardados, os espinhos. Neles, sigo em apresentação solo, sem platéia ou aplausos sigo, errante como sempre, e fazendo um monte de merda.