Eu sigo com meus sonhos e meu violão
Foste embora da minha vida Jurando amor sincero e infinito Inebriaste-me em seu perfume paradisíaco Com poéticas declarações de amor Mas eu sobrevivi naquele jardim, agora sem flor
Desejava conhecer o mundo dos desenganos E feito cigano partiste sem nenhum apego Ao encontro do vazio das reticências Peito aberto de encontro ao vento tempestuoso Se aventurando na sorte da imaturidade
Seus negros olhos perderam-se na cor da noite E nessa obscura fusão deixaste sangrando meu coração Levaste na bagagem apenas a coragem, nada mais Queria para si o indecifrável talvez um pingo no i Quando a noite desce sobre o sol ouço soluços algures
Hoje absorta em tantas reminiscências Invade meu sonho repousante para falar de amor Enquanto o dia me deixa em estado de vigília Velando contra os pensamentos de outrora Que faz de mim refém de uma inacabada história
Deixa pois, esta sôfrega alma voar pelo azul E retecer uma nova história de amor Cujo personagem central não tem medo de ser feliz E pintar o recomeço com todos os tons e oferece nova cor Enfim, sobreviver longe dos riscos, desafios e desamor
Se ainda continuo viva é pela arte da reinvenção De alimentar o sonho de ser estrela em outra constelação E deixar nascer à flor no terreno ainda árido desse coração Não volte, por favor, um dia saíste livre seguindo seus passos Por Zeus deixe-me em paz repousar no meu regaço
Não perturbe o silêncio das minhas madrugadas Reinvente seu mundo e seja muito feliz Eu sigo com meus sonhos e meu violão Feliz na estrada compondo belas canções E na linha do horizonte darei novo alento ao meu coração
Do livro: A Última Valsa