Janete Manacá: Feminicídio Maria também se foi…

Feminicídio

Maria também se foi Levando no coração Muitos sonhos inacabados Tinha na alma o desejo de liberdade

Sua história de amor acabou Como a ilusão dos contos de fada Era frágil e não se sustentou Por sorte ela tinha voz própria

Conversou, disse adeus e se foi Ser pássaro em outras moradas Com fé e esperança seguiu seu caminho Recomeçar sempre, agora com maturidade

Entre tantas escolhas prometeu se amar Na intensidade que seu ser merecia Assumiu o compromisso de ser feliz Sem traições, ilusões ou vaidades

Na inocência sequer imaginou Que no caminho havia emboscada Prenunciando o fim do início da sua jornada Sem direito a defesa, foi brutalmente assassinada

Numa fúria patriarcalista de insanidade Ele desferiu dezenas de facadas Seu corpo tombou sobre o chão ensanguentado Estampado no jornal que ele tomou rumo ignorado

A noite chegou fúnebre e agoniada Com chuva de lágrimas pela fatalidade Era mais uma vítima do feminicídio Que Nanã receba em amor o seu corpo destroçado

Do livro: Extasiada de Infinitos

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