Poesias aguerridas
Mulheres que se confundem Com a paisagem da caatinga Que trazem na própria face O mapa da terra ressequida
Mulheres que expõem as cicatrizes da miséria Vultos invisíveis das favelas Que regam a terra com suas lágrimas Onde a semente germina desnutrida
Mulheres expulsas do paraíso Deusas cruelmente excluídas Cuja gratidão é silenciosa oração Debilitadas vencem dias de provações
Mulheres que geram na dureza do sertão Estrelas cadentes por falta de opção Suas faces denunciam a indiferença Do poder que oprime com a força da ambição
Mulheres estrelas das noites de escuridão Trazem dentro de si a nobre constelação Por serem filhas do ventre da terra São poesias aguerridas a fecundar este chão
Do livro: Extasiada de Infinitos