sem assunto
estava assuntando, porém, sem assunto me assuntei sem assunto outra vez, aí me assustei. que diabos, cadê a minha velha lucidez? ao versar o verso me vejo ao inverso desse velho universo. aparvalhado e reverso. será que chegou a hora agá de parar de versejar? aí se me apresenta a musa, escusa e me acusa: escrevente não aprendeu a ser gente ao dizer um adeus polivalente à maneira crente aos desentaramelados pensamentos seus? então para que servem os meus? deixe a lista de egoístas permitindo-me cumprir explícita missão, dê-me sua mão; e ao fazê-lo, a musa no seu maior zelo puxa-me delicadamente a um mundo diferente a mostrar-me com enorme desvelo um novo desvelar de diferente e belo novelo, e sorridente a fantasia do paraíso da poesia, fremindo ao meu ouvido coisas que jamais a mim havia bem-dizido: ouça o som do amor induzido. a musa se posta meio aflita e aposta que o bem-dizido vai ser criticado, porém, pensando bem, vai muito além, é mais um verbete para aumentar o espetáculo, tão somente ir ao dicionário e ver o verdadeiro fato desse falho sacrifício nato, e para entender há de se aprender a apreender o som do verdadeiro pão d?alma, bastando ver ao ler e entender ao bom som do bom e nato vernáculo.
abre-se o paraíso, florindo ou se quiser: em flor se abrindo com odor do mais profundo amor o qual não existe nesse velho mundo imundo eivado de muita dor, assim a sábia musa foi dizendo sem recusa com muito amor!
não se preocupe os seus versos eu digo, pois, sou a musa a qual lhe conhece em suas mais profundas preces, muito além do seu umbigo. assim lhe agradeço querido amigo. vê-se se merece.
continue a escrever, mesmo que não saiba.
depois disso parei para pensar.
jbcampos