Jean Bonazoni: Há indivíduos tão barulhentos que se…

Há indivíduos tão barulhentos que se incomodam até com o silêncio alheio, fantasiando e atribuindo perfis e tramas a quem se aquieta. Arautos do bom senso berrando alto sua sofisticada sapiência, tão distantes dos meros comedores de feijão. Apresentam uma utópica luta de ferro e fogo em defesa da democracia, como se fosse algo tão frágil. Ou de uma rígida ordem, como se fosse a última oportunidade que temos. A necessidade de ser visto e ouvido explode no ego a tal ponto que embaça a visão, fazendo enxergar no mesmo balaio, do outro lado, é claro, toda sorte de ignorantes, medrosos, iludidos e homens médios ou inferiores ainda. Mas a história é cíclica e as coisas ganham a devida direção. Por isso, eu sigo adiante, comendo meu feijão na companhia de bons amigos enquanto exerço meu secreto sufrágio, assim previsto na Magna Carta, e observo a onda passar, porque sempre passa. E o que ficam são as palavras ditas, a energia trabalhada, por vezes transmitida de tal forma que logo encontra as linhas de retorno ao canal transmissor. É bom estar preparado. Por graça, há um governante em quem eu realmente confio e a quem rendo meus mais sinceros votos, o qual também atende pelo nome de Tempo, justo e sóbrio Mestre.

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