Joana de Oviedo: MEU BATUQUE Escuta o meu batuque! Vai…

MEU BATUQUE

Escuta o meu batuque! Vai até a madrugada. Meu batuque é silêncio que me põe a vida pensá… Deixa ele batucá… té que eu dance a ultima música e alguém me põe pra niná.

É batuque com repiques dos sinos lá da aldeia e dos sons das ondas do mar, de cheiro de campos floridos, e da areia branca da estrada… Da canção dos violeros! Tem gosto de céu estrelado e dos causos que meu pai contava, à noite, lá no terrero. Das roupas que mamãe lavava e secava no varal da minha infância… De quando levava a gente na cidade pra comprá os tecidos boladinhos para ela costurá, vestidos dos contos de fadas mais lindos daquele lugá.

Por isso, deixa meu silencio batucá. A cada vez que ele batuca põe-se minha alma a pensá. Deixa ele batucá… Té que eu dance a ultima música e alguém me põe pra niná.

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