O VINHO DA JUVENTUDE ESCARLATE
O vinho que eu bebi em sua boca me enlouqueceu. Era de uvas frescas colhidas em tempos da juventude escarlate. Em tempos que o trem apitava ao longe anunciando sua chegada.
Eu na estação à procura… Não era mais o menino de alma singela e pura, mas o homem esbelto com seu paletó aos ombros, em busca da menina de tranças. E eu não mais a criança! Não mais o vestido floral.
Era um tempo de estio, não mais um jardim estival. Jardim que juntos plantamos para selar nosso amor de criança…
Hoje quando o trem apita, ouço da vida um prenúncio: Não mais o trem que chega, e sim, avisa sua partida.
E bebo o vinho embriagante da sua boca, na lembrança.