Joana de Oviedo: O VINHO DA JUVENTUDE ESCARLATE O vinho…

O VINHO DA JUVENTUDE ESCARLATE

O vinho que eu bebi em sua boca me enlouqueceu. Era de uvas frescas colhidas em tempos da juventude escarlate. Em tempos que o trem apitava ao longe anunciando sua chegada.

Eu na estação à procura… Não era mais o menino de alma singela e pura, mas o homem esbelto com seu paletó aos ombros, em busca da menina de tranças. E eu não mais a criança! Não mais o vestido floral.

Era um tempo de estio, não mais um jardim estival. Jardim que juntos plantamos para selar nosso amor de criança…

Hoje quando o trem apita, ouço da vida um prenúncio: Não mais o trem que chega, e sim, avisa sua partida.

E bebo o vinho embriagante da sua boca, na lembrança.

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