OS OLHOS DE MINHA MÃE
Eram duas pérolas cravadas em um triste rosto. Havia algo marcado, a beleza e o desgosto.
De dentro da água salgado, saltou-se a ostra à maresia, e suas partes separadas, banhou-se no sêmen d?areia molhada.
E seu ventre carregou-se de encanto ou desencanto, a cada vez que amanhecia, por tantos e tantos dias, ouvindo a noite gemer para cobrir seu sofrer.
Aflito o grito da alma, de uma alma sem calma… E aqueles olhos? Nunca lhes vira tão de perto! Nem sabia dos desertos que seu mundo oferecia, mas em seu rosto, desenhadas, duas pérolas, sim, havia!