AS FLORES DO MAL
De João Batista do Lago
Vago-me como ?Coisa? plena pelo labirindo que me cidadeia meus passos são versos inacabados há sempre uma pedra no meio do caminho: tropeços disruptivos que me quedam na dupla face das estradas espelhos imbricados na memória experencial dos meus tempos
Vago-me como ?Mercadoria? plena atuando no teatro citadino a comédia trágica dos atos que não findam um ?Severino? ou um ?Werther? autoassassinos transeuntes de suas identidades perdidas pelas ruas das cidades onde me junto e me moro nos antros cosmológicos de experiências e memórias
Vago-me como o ?Amor? sempre punido tonto e perdido no meio da sociedade donde me alimento do escarro possível onde ?sujeitos? sem experiência e sem memória negociam os amores vendidos na fauna de ?humanos? prostitutos segredados nos prostíbulos das igrejas: lavouras de todas as flores do mal