Eu e minh?alma
De João Batista do Lago
Aqui, diante um do outro, eu e minh’alma nos olhamos ? com olhares narcísicos.
Acima de nós um espírito que nos contempla admirado e intrigado e esperando o primeiro verbo?
Quem, diante de nós falará a palavra inicial ? ou terminal! ? num afeto magistral de dois entes que se amam, mas se destroem ao mesmo tempo, na nave que nos segreda a milionésima parte dos nossos átomos que nos tornam unos e indiferenciados?
A fogueira do tempo queima-nos diante da divinal espiral que nos empurra para cima fazendo com que dancemos os enigmáticos sons que nos saem dos mais profundos átomos que nos enfeixam de vida e morte, como se vida e morte existissem!
Eu diante da minh’alma sou eu e minh’alma. Sou único? sou uno! Sou apenas alma. Sou apena eu. Somos o átomo universal na cadeia infinita do universo que nos produz como carnes e verbos oferecidos aos lobos que se nos desejam alimentar.
Ó grande espírito que nos espreita, se nós ? eu e minh’alma ? tivermos que furtar o fogo para ajudar a toda humanidade a superar seus atributos infernais, assim o faremos. Em nós ? eu e minh’alma ? não há sentimentos de pudicas verdades?
O universo é o espaço e o tempo que precisamos para gerar nos ventres cosmológicos os sãos sujeitos de nós mesmos: a trindade agora é perfeita? é única? é una ? eu, minh’alma e tu, ó grande espírito!
Entendido pois está o mistério: Somos tão somente o verbo atômico universal.
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