FILOSOFIA DO AMOR
De João Batista do Lago
O amor esse desdouro inquietante e avassalador banha o corpo de torpor e a alma sangra no matadouro e o sangue escorre pelo ralo das veias enrijecendo o corpo inteiro e grudando-o na cruz do madeiro
O amor, meu amor, não é brincadeira Ele está sempre à frente e também na traseira, fica do lado direito, mas também no lado esquerdo muitas vezes ele chora outras tantas desespera muitas vezes vai embora outras tantas fica e implora
Esse maldito do amor que ninguém sabe onde nasce nem quando trucida os amantes incautos enganando-os com a paixão e dos imprudentes brinca e troça faz quermesse na jugular das emoções onde leiloa beijos e carícias vãs
Ah, esse sujeito vagabundo que faz juras em desmedida profusão prosta os amantes querelantes debilita a palavra sussurro derruba o abraço mais profundo humilha o beijo com o escarro e subjuga o gozo na raiva do presente
Enfim, ó tu louco e eterno amor que vagueia sensações despudoradas és o príncipe do desconhecido a quem se busca em vidas desesperadas alcançar a sinfonia do perfeito verbo onde pretendemos abrigar os corações escarlates de vidas de humanos carentes