João Carlos Marrão: Invejosos Ocultos em buracos de ratos de…

Invejosos

Ocultos em buracos de ratos de odor fétido Onde a escuridão se esconde do dia Seres rastejam no mundo inferior Olhando com seus olhos grandes Através das frestas do assoalho Que estala sob suas cabeças Grunhindo enquanto crescem Na calada muda da noite

Até que um dia do nada Num segundo primeiro de uma hora comum Olhamos a calçada rachada Nem falamos de assunto nenhum E ouvimos uma voz quase humana Falando da beleza de rostos ou do verde da grama

E lhes darmos alguma importância E os vemos saltar de suas cavernas Camuflados de gente normal E o ar passa a ter um gosto sem cor A água um cheiro morno E aos poucos somos envenenados Pelo vômito que deixamos de ter

Não olhe pra baixo!

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