O Corpo
Ribeirão Preto – SP. Grande Circo Popular do Brasil. 1995.
Masculino este meu corpo se heterogeniza, sexualiza, revela e muta, descarna: deságua em feminino absoluto.
Fundidos, atados, corpo e alma solidificam: unificam, purificam, autenticam.
Masculino, este meu corpo se rebela à mera função de macho reprodutor, consumidor de fêmeas, de primata.
Minha alma feminina o guia e protege e ilumina; ousa em asas, afirma: ascende rasgada, dissecada; exposta, nada priva.
Livre, meu masculino corpo se dilui… Ama, entrega: integra, desintegra, marca.
Semeia e segue.