Joni Baltar: Corroído Sonho As colinas descansam nos…

Corroído Sonho

As colinas descansam nos braços estéreis da madrugada. No sono das mágoas perdidas das memórias estranguladas pela escuridão desgastada rompe-se a voz do crepúsculo matinal. Desço os degraus das rememorações defronto-me com a miragem incandescente e gravitada de um sonho inacabado. Agarro-me aos densos fios da alucinação que a demência expulsou na sentença da mente.

Nos confins do aguçado silêncio respiro a luz viva do teu olhar. No beco das horas esmagadas dissolvem-se os anseios das quimeras. Na enorme e robusta vontade de tocar-te dispo os meus versos no teu corpo. Num acto inconsciente de paixão e desejo as nossas bocas envolvem-se enfeitando o nosso abraço – sigo este sentimento- desnudo a felicidade: escondida neste corroído sonho.

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