Na Têmpora do Fado
Dentro da voz desata-se o fado desamparado, distópico, tão-só: enxuga as feridas abertas dos versos.
Ao colo da guitarra rasteja a parafina madrugada. Nos dolentes candelabros escorre o atávico poema na têmpora do fado dos facultativos paradoxos.
O inábil silêncio ocultou-se atrás dos poros do fado, ouve-se a cor da noite a cantar a idónea leveza da existência e a caridade da morte.