Jorge de Sena

Amo-te muito, meu amor, e tanto que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda depois de ter-te, meu amor. Não finda com o próprio amor o amor do teu encanto.

Que encanto é o teu? Se continua enquanto sofro a traição dos que, viscosos, prendem, por uma paz da guerra a que se vendem, a pura liberdade do meu canto,

um cântico da terra e do seu povo, nesta invenção da humanidade inteira que a cada instante há que inventar de novo,

tão quase é coisa ou sucessão que passa… Que encanto é o teu? Deitado à tua beira, sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.

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