José Carlos Limeira: Continuo andando naquele carro velho Que…

Continuo andando naquele carro velho Que cruza com total insensatez a cidade Vem da Liberdade e vai até o que ultimamente penso de liberdade Aquela de poder sentir novos versos ebulindo Em antigas Antígonas, segundo Mário, antigonas Ou meu andar caricato e trágico Carrego pesos como o Fausto, não o do Goethe, o daqui Só que os meus não me dão velocidade Como erros, meus pesos, não estão a serviço dos acertos Lido com a dor sem domesticá-la Apenas não sou por ela aniquilado Pois primitivo me privo de ser íntimo de deuses e tebanos Mas sem a ilusão é impossível atuar, como dizem E não sou belo, O trágico, também dizem, é alegre Apenas caminho com essa solidão sem espelho Em seu todo perfeita, plena, repleta de erros, pesos, e acertos E sonho este desejo insano de completude Molhado de sêmen e risco Pela insônia das horas

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