Julianna Galvão: O que eu acho é que não tenho murinhos…

Julianna Galvão: O que eu acho é que não tenho murinhos…

O que eu acho é que não tenho murinhos aqui para dividir as coisas. Eu sempre misturo as soluções e no final não há química que me ajude a separar meus dilemas. A fim de encontrar quem sou, sempre entro na primeira esquina à direita, sabendo que teria que entrar à esquerda porque a próxima avenida é larga demais, portanto mais deserta e perigosa para ir em frente sozinha. Sempre misturo tudo. Misturo amigo com amor. Misturo sal com açúcar. Misturas já não me trazem náuseas porque somos íntimas. Mais que a mim. Misturo amor com livros, mais escrevo que estudo. Misturo tudo e esse ano não lembro mais nada que não a coisa errada na situação errada. Paradas. Paradas cardíacas, paradas de ação, paradas de ônibus sempre me dizem mais do quê um local para esperar um transporte coletivo. Não é que eu pense demais, não é que eu perca meu tempo pensando enquanto deveria fazer outras coisas, é que eu deixo tudo o que eu penso refletir no que eu faço, por isso não faço. E saudade é a única coisa que não misturo. Tem um pedaço de mim para cada saudade. Está aí uma solução, vai que existe tanta saudade em mim que não caibo mais aqui dentro. Misturo Civic com Corolla, macaxeira com mandioca, Julianna com Vitória e poesia com vida.

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