Júnio Dâmaso: CICLO Do alto, entre nuvens Em lágrimas…

CICLO

Do alto, entre nuvens Em lágrimas me desfaço E desço fluidamente;

Criando uma filosofia de vida, Por amor a sabedoria, Não choro mais na despedida;

Pois, nem sempre o meandro à frente está Quando a confluência se desfaz, Ambos, céleres, deslizamos para o mar;

Quando lá enfim chegasse À deriva, na curvatura, remaria até a borda, Enquanto não evaporasse;

E em sua madrugada fria Ancoraria na beira da praia Até a plena luz do dia;

Para que, portanto, pudesse voltar Ao ponto de partida E então recomeçar.

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