Karina Brandani: Diálogo com a madrugada A gente não…

Diálogo com a madrugada

A gente não sobrevive se o coração parar de bater… O amor também não sobrevive se o coração não bater forte. Algumas vezes de tanto ser negligenciado e deixado pra trás, o amor acaba aprendendo a dizer adeus e antecipa o abandono. Mas antes o amor espera, ele sempre acredita, fica de butuca esperando um olhar, um retorno, uma reciprocidade. O amor sempre espera pelo amor do outro. O amor cria ambientes favoráveis, age de modo surpreendente, minera sorrisos, provoca esbarrões de mãos, rouba beijos, sussurra e se declara. O amor que concebe o romance é o mesmo que parteja os românticos que são executados pela depreciação do objeto do amor que não soube o amar. O amor quer uma história que não seja escrita entre reticências… O amor quer ser abraçado como como se estivesse numa queda ao ar livre, sem que haja o medo terminal de que o paraquedas falhe. Pular de paraquedas pode ser perigoso, amar pode até ser perigoso. Mas, nada é tão perigoso quanto o medo de se expor ao perigo. A gente pula e vive a emoção ou se acovarda e busca a segurança da apatia. Ah, o amor quer ser eleito sagrado, quer ser bem aproveitado, apreciado, quer fazer alguém feliz. O amor quer ser amado escancaradamente, quer ser olhado com devoção, não quer brincar ser perdido. O amor não pode ser substituído. O amor quer ser bebido até a última gota, sem nenhum medo, quer que dele seja extraído todo doce. Mas nada de ?fazer doce?. Enjoa. No entanto, o amor precisa pisar no chão, colocar os pés na realidade… as nuvens, os voos agradam por um tempo, mas pisar no chão é o que mais fascina o amor. É a realidade que o aponta para a certeza de que vale a pena continuar sonhando em amar e ser amado, ou não.

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