Karina Brandani: Eu sou assim, só me dou por vencida…

Eu sou assim, só me dou por vencida depois de ter esgotado todas as possibilidades, todas as minhas forças. Só depois de ver que realmente não há mais nada a ser feito, que não cabe mais nenhum recurso. Por isso, minhas supostas desistências devem ser chamadas de “efeito empírico do cansaço absoluto”. Sabe aquele papo de “Pagar pra ver?” E aquele outro papinho de, “Ir até o fim?” Pois é, eu sigo ao pé da letra… Pago caro pelo que quero, dou tudo de mim, me reinvento, armo um exercito interior para fazer dar certo aquilo no que me dedico. Mas, quando o cansaço fica intolerável e a ultima coisa que me cabe fazer é dar uma finalização pra estória (veja, estória não história), aí já era! É mesmo o fim, ponto final e pronto! Saio de qualquer cenário com a cabeça erguida, sem culpas e sem o fantasma do “se” me assombrando a consciência: _Ah… mas “se” eu tivesse mais um pouquinho de paciência? Mas “se” eu tivesse perdoado mais? Mas “se” eu tivesse tentado ser mais compreensiva, mais amiga, mais tolerante? “Se” eu tivesse tentado mais uma vez? Eu tentei tantas vezes que deixei muitos totalmente desacreditados da minha capacidade de cansar. Sim, eu tenho um nível de tolerância bem estendido, mas tudo tem limite! Caetano cantou que “quando a gente gosta é claro que a gente cuida”, eu cuido com devoção de tudo aquilo/aqueles que amo. E, reintero afirmando que, quando nos sentimos amados “é claro que também nos sentimos cuidados”, essa é a única via segura para o amor trafegar. Porque dar sem receber é caridade, não amor mútuo. É frequente entre os que “pouco gostam e pouco cuidam” a fraca defesa: _Ah… “esse é o meu jeito!”. Calma! Essa frase é sim totalmente aceitável e respeitável. Isto quando esse ?meu jeito” supre pelo menos o mínimo das necessidades emocionais de quem a tem (a frase) empurrada goela abaixo. Depois de tanto caminhar em direção daquilo que só serviu para te levar a fadiga física e emocional o melhor a fazer é ser realista e, ralar o peito, vazar, picar a mula. Aceitar que não perdeu a batalha apenas a ganhou de modo invertido, pois pode haver mais ganho perdendo certas batalhas do que as ganhando.

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