Keila pessatto: 17:30 chego do trabalho exausta, subo as…

17:30 chego do trabalho exausta, subo as escadas e abro a segunda porta de casa, faço a primeira coisa que tenho vontade e tiro no banho todas as energias negativas da semana, ligo o ar condicionado no 16 enquanto coloco minha calcinha, apenas usando isso e uma toalha enrolada em meus cabelos, deito nessa cama com um grande copo de iogurte querendo muito trocar por uma dose de whisky e um cigarro. O apartamento está todo bagunçado, talvez, como meu coração, e eu nas duas situações nem ligo. Deveria estar feliz por ter você na minha vida, sinto que está preenchendo uma lacuna dentro de mim, espaço que eu nem sabia que estava faltando. Ha, se não fosse o medo do passado, não teria que me preocupar em manter os dois pés atrás de uma linha distante de você. Quando estou ao seu lado sinto uma corrente quente que me consome por chamas em segundos, difícil explicar. Agora lendo essas palavras loucas que escrevi pra descrever não entendi direito, só sentindo aquela loucura toda pra saber. Tenho medo de desligar esse meu lado preocupado e ser feliz nesse momento, sejá lá o que aconteça depois, mas minhas lembranças voltam e as vezes eu penso que eu seja incapaz de confiar em você, e tenho medo de te fazer sofrer por causa disso. Quem sabe você seja a peça que faltava no meu quebra cabeça, a metade da minha laranja, o colchão da minha cama, a base do meu prédio, a rima pra finalizar aquela canção difícil, que demorei tantos anos pra escrever… Se você for, vou passar a vida inteira cantarolando. Um mês, foi o suficiente pra você balançar minha estrutura, e por mais que eu seja confusa, bipolar, insegura, medrosa, e não acredite em você, continua insistindo. Como o mocinho disse no filme que assistimos no último fim de semana: “Não some, isso aqui ta começando a ficar bom.”

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