Voz silenciada
É o grito negro É a pele escura sobre os ossos da minha gente É o querer inapto de um indigente É uma boca mal aberta Para quem não pode se expressar
É querer sem poder, aliás Nem é uma nem é outra É voz silenciada
Voz silenciada Não é voz das cordas vocais Mas sim voz que não se ouve mais Voz de quem nunca teve voz
Voz minha, minha voz Que para ouvi-la basta estar de longe Porque de perto ela não se ouve
Voz silenciada ainda pode ser a tua Se junto com a minha Permanecerem trancadas no silêncio.