Leandro Faccion: Poucas vezes entreguei-me a emoções…

Poucas vezes entreguei-me a emoções infundadas e em um surrealismo sem paradoxos. A exaustão que de mim tomou conta, renova-se em cada dia. Cada dia que vejo, ouço e sinto. Cada momento em que posso guardar em minhas lembranças e revê-los juntos de minha memória. Cada gesto, cada sorriso, cada palavra dita e não dita, cada pulsar e cada perda minha de controle. Tudo isso desencadeia minhas emoções, atiça meus sentidos e me frusta a ponto de perde-los. Procuro encontrar as notas correspondentes da melodia para esboçar cada letra em uma escala onde todos os tons sejam um só. Para que cada acorde que faça menção a letra de uma canção. Sem procurar a razão para tudo, trêmulo sem ar, sem adjetivos para realçar as próprias emoções que afloram. Desembocam e destoam aos poucos e vestem-se de desencanto e suspiros de meu próprio desequilíbrio. Assim tem sido, assim será até que tudo seja o fim. Até que encontre a resposta que já não cabe ser dita novamente. Até… Até a vspertina reação do coração e do ser alucinado que torno-me quando a vejo. O desejo entrelaçado de frustrações causam a real ilusão de alegria e esperança de algo prematuro e irreal. E é disso que vivo! É disso que falo e é isso que o “sentir” me causa. Poucas vezes as dores me fizeram ser fraco. Poucas vezes permite que algo me acertace a ponto de ferir-me. E esta tem sido uma delas. Infeliz amor de desamor, que encanta e fascina. Alucina a mente e castiga a gente. Que queres tu além do que posso dar-te se não um beijo em significância do que sinto e busco? Que queres tu, além de todo o tudo que posso dar-te? Que queiras tu querer-me o quanto lhe quero. Que queiras tu o que quero eu. Sem concordância e vislumbre de algo que castiga. As palavras embaralham-se e esquivam-se, repelem-se e afastam-se do meu pensar. Aos poucos meus pensamentos são nocauteados por imagens que fazem-me esquecer a pimeira letra da primeira palavra já escrita. De tanto escrever acabo descrevendo em todas as linhas o que sinto, como sinto, como quero e como o quero. Não é simplesmente entender, não é simplesmente adquirir, comprar ou conquistar. É simplesmente sentir. Quem dera simples fosse. Como diria Renato Russo: “Quem inventou o amor, me explica por favor”.

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