LJ Nhantumbo: Eu sou um, ser humano comum Nascido em…

Eu sou um, ser humano comum Nascido em um ano, em um parto cesariana Obra sem um plano, fruto de um engano Sou apenas um humano e por destino Africano

Vestido e alimentado apesar de ser um dano Criado e educado por um casal Moçambicano Onde a Mãe é maltratada por um marido insano E ele é humilhado pelo patrão tirano

Mas meu Pai se esforçava pelo meu futuro Enquanto a Mãe chorava naquele quarto escuro Eu apenas observava que ser adulto é duro Nada que vivi almejava por muito que fosse burro

Todos anos matriculava em uma classe diferente Nunca reprovava era simplesmente inteligente Não copiava, sabia naturalmente Dedicava-se, encarava os estudos seriamente

Do pouco que tinha, da carência dos parentes Firme se mantinha, até mostrava os dentes Morávamos numa casinha, daquelas indecentes Sala, sanitário, cozinha e quartos insuficientes

De bens materiais sempre fomos carentes O amor dos meus Pais valia mais que mil presentes Nunca pedi demais, apenas que fossem pacientes Com os sonhos triviais que pareciam indiferentes.

Mas o tempo provou que a luta não foi em vão O escuro apagou-se no findar da tribulação Meu Pai alegrou-se e saltitou de emoção A Mãe abraçou-me e chamou-me; Campeão

É assim que acontece, quando o sonho não esmorece O espírito se enaltece e a força aparece E quando o medo padece o caminho livre, logo vê-se E tudo que você merece, com o tempo te pertence

Difícil é acreditar, é mais fácil imaginar Não sou eu a afirmar, apenas estou a contar O que muitos estão a vivenciar, outros por começar Sem motivos para continuar, desistem de tentar

Qual a razão de respirar, beber e se alimentar? Se não for para se esforçar, por uma causa lutar Ficar aí a lamentar de nada te vai adiantar Irmão tenta se animar que o mundo está a girar

Viver não é sonhar põe-te já a acordar Com este modo de pensar não vais a nenhum lugar Não sou quem vai ditar como deves-te comportar A escolha é peculiar e o tempo está a passar

A vida é um mar, vive quem sabe nadar Morrer é se afogar, apoia-te em algo para boiar E se a vida for um pomar, devemos sempre cuidar Constantemente regar para nunca deixar murchar.

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