LJ Nhantumbo: Quem sou realmente para criticar o outro…

Quem sou realmente para criticar o outro ente? Julgar suas acções e rotular a sua mente Dizer o que fazer, como deve proceder Aconselhar a escolher, o que plantar, o que colher

Sou um Teórico aprendiz do discípulo sem mestre Acredito no que ele diz e visto o que ele veste Sentimentos superficiais robotizados por sua escrita Acções artificias consoante o que ele acredita

Tenho preguiça em pensar, em reflectir até no espelho Fico horas a meditar em frente a um aparelho Música suave a tocar, «scroll» do rato a rodar Dicionário para consultar e água para hidratar

Conheço a vida na teoria, na visão do escritor Como viver com alegria, como amenizar a dor Sei os passos para o sucesso, as etapas e o processo Sei teorias em excesso, da criação do universo

Conceitos do amor e ódio, da paixão, da obsessão Do caminho ao pódio, à primeira classificação Técnicas de expressão vocal perante uma multidão Da linguagem corporal de um bom anfitrião

Muita coisa sei que aprendi do livro Mas nada pratiquei pois da fobia não me livro Apenas li e memorizei para ser activo nas conversas No princípio se empolguei, até lia as pressas

Agora eis-me aqui com teorias na cabeça Pareço um manequim que não age mas pensa A vida é mesmo assim (Sempre falta-te uma peça) Não é diferente para mim, estamos juntos nessa.

Diferente de poucos, igual a muitos Concordo com os outros em vários assuntos Ente activo na prática, arrisco, por vezes petisco Mentalidade eufórica (se respiro, logo existo)

Confesso que odeio folhear até uma revista Livros pouco leio, cansam-me logo a vista Sou vulgar, sou normal, sou anti-perfecionista Mas o meu maior mal é ser um seguidista

Sou objecto de monopólio sem opinião formalizada Como poços de petróleo (sou uma alma explorada) Até que ando informado, embora não seja nada O que me deixa preocupado é ter a vida automatizada

Apesar das minhas acções reflectirem as decisões Fruto de reflexões, ainda colho desilusões São estas situações que servem-me de licções E despertam-me visões para ver a três dimensões

Eu insisto e persisto em tudo que cismo Sem resultados não desisto, meu «ísmo» é o «Continuísmo» Passivo a leitura, prático sem metodologia Com garras e bravura enfrento a luta dia-a-dia

Não tenho cabeça dura, só não sou de teoria Vivo a vida dura e supero-a sem anestesia

Pode até parecer loucura mas é a minha filosofia (Da cama à sepultura, serei meu próprio guia)

Não será a literatura do Oriente, do Ocidente Nem a sua cultura que fará a minha mente Embora pareça miniatura perante a essa gente Minha autonomia e envergadura É que tornam-me excelente.

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