Tenho metade da idade de um adulto de meia-idade Vivo no centro da cidade, no seio da maldade Estudo na universidade, digo com dignidade Frequento com regularidade participo de toda actividade
Fiz algumas amizades com colegas de carteira Cultivei afinidades assim mesmo na brincadeira Com diferentes realidades e a mesma financeira Potenciais capacidades adormecidas na carteira
Na minha comunidade a situação é igual Integrados na sociedade construindo o capital Conformados pela mediocridade imposta pela Moral E é trocada a sagacidade pelo maldito metical
A nossa honestidade é compensada pela pobreza E os iníquos de verdade beneficiados pela riqueza Onde está a tal divindade que criou a natureza? Abandonou a humanidade e deixou-nos na incerteza
Eu não perdi a sanidade, não se juntei aos ateus Retorqui com seriedade a existência de um deus E como não é novidade, nem os cristãos e judeus Mostraram plausibilidade e apedrejaram-me como Galileu
Com esta agressividade dei basta a religião Passei a tomar responsabilidade de toda a acção Hoje recorro a criatividade para auto-superação Enfrentando dificuldades sem recorrer a oração.
Sei que a malícia é o bem que beneficia o mal O mau é alguém que cogita o tal O Homem é o ser que se diz racional Mas é difícil perceber se esse dizer é geral
Somos feitos de defeitos, perfeitos imperfeitos Somos todos sujeitos ao engano nos feitos Sujeitos insatisfeitos, seres malfeitos Parasitas já eleitos pelos nossos eitos
Somos a tal criação a imagem do criador Será que merece veneração no seio de tanta dor? A minha é que não, fartei-me deste impostor Sem nenhuma compaixão, incapaz de exprimir amor
Anos e anos cegado pelo senso comum Todos meus planos, não interveio em nenhum Inúmeros humanos submetidos ao jejum São os mesmos manos que caem um a um
Sem razão ou motivo nascido nesta desgraça Como homem nocivo estrangulado pela própria raça Digo: deus não está vivo, se está, é uma farsa Sendo mais pejorativo nunca existiu Arca de aliança
Na Arquibancada Céptica que há tempos critiquei Mas a cada dialética repenso o que falei Não me leves a mal irmão se te decepcionei Mas o Pai celestial morreu e eu o enterrei.