Quem escreve, faz. Faz amor com a poesia. Faz pausas de alegria, Faz hora, implora e até chora. Mas não demora. O amor tem pressa.
Quem escreve, tem. Tem um amor reprimido Talvez o coração partido Tem um porto seguro escondido Tem medo. Ora, o medo superlativo.
Quem escreve, passa. Passa fome de veneno Passa horas olhando o vento Desmancha-se, fragmenta-se, perde-se. E precisa de apenas dois versos para encontrar seu caminho de volta.
Quem escreve, procura. Procura uma nota musical na melodia daquele sorriso. Procura sussurros em apuros de prazer, e urros. Procura a paz de um abraço que pede pra se eternizar. Quem escreve apenas está a se verbalizar.
[Pra se verbalizar]