Um Pouco Daquilo
São destes carnavais e penumbras Com voz amiúde a fraudulenta, Destas que enganaram o coração e alma E tudo de toda carcaça.
São destas marginais e linhas retas, paralelas ou curvadas Que corri, andei, saltei e caí Ou até mesmo fiquei, vezes outras.
Já ouvi dizer bastante: ?quem cai sete levanta oito?, Você não vira quem foi empurrado E depois bastou-se de rastejar. É que a chuva não acalma todo dia E a nuvem nem sempre é branca, Melhor se fosse sempre cinza E não nos enganasse nunca.
Se as montanhas não foram dadas prontas Pena de mim que não era, ou serei sempre. O que me resta é cuspir palavras E rezar para que o chão não as seque.
Pois estou a matar-me com boa intenção Como muitos já fizeram antes de mim, Com a má fé de que possa haver vida Logo após o sacrifício.
Sacrifício que Severino conhecia bem Que o fizera perder norte e sul. Mas o leste solva o sonho do homem De lá, todos os dias, nasce o sol.