[ SUFRÁGIL ]
Durante a votação-velório, conduzo o meu voto-cadáver ao sepulcro eleitoral. Enlutado, visto preto para o ritual.
A urna-eletrônica-mortuária recolhe as cinzas da minha esperança, que vai depositada nas promessas dos santinhos sem santidade.
Em poucas horas, faz-se a apuração [sem depuração], e o TSE publica na nota de falecimento da democracia os nomes dos mórbidos eleitos.
Pelas ruas enlutadas e chorosas, vejo desfilar a procissão de veículos da funesta política que precisa ser enterrada.
A nossa independência é artificial, não há renovação nos recantos da mãe gentil, 7 de setembro devia ser ?Finados? para homenagear tantos direitos sepultados nessa pátria-mausoléu chamada Brasil.