VINTE E DOIS
O músico é uma criança à procura do futuro, do passado, do presente. Do futuro do presente De um presente do passado De um passado de muitos futuros
A música é choro, é chão, é momento A música é o sempre, é o agora, é uma coisa já vista/ouvida que sempre será novidade Efêmera e eterna fertilização de corações e mentes.
A música é a definição indefinida do que almejamos ser ou não ser. É a palavra mais inalcançável ao alcance dos mais incautos ouvidos
A música é uma estrela. Ou seria constelação? Uma leve brisa ou um tortuoso tufão?
A música é a explicação ao inexplicável. É o inexplicável translúcido em vasta amplidão É a liberdade prisioneira É o teto, a eira e a beira É o que fomos, o que somos e o que seremos.
A música é utopia real Fantasia da realidade Realidade da fantasia
A música é uma criança à espera de zilhões de pais, mães, irmãs e irmãos. É Arezzo, Cecilia e João, Sãos…
É a certeza da cura É a cura desenganada É a ilusão do horizonte É a bebida que brota de toda e qualquer fonte
É a coisa sem fronteiras, que infelizmente alguns tentam podar. A música é o mais reluzente significado para nossas vidas, quer queira, quer não .
É angústia, é ânsia, é susto, é suspense, é o amor!
E em seu dia elencado por mortais, Tento em versos vãos externar o infinito solúvel e sem solução
A música é esperança, é uma criança, é a fêmea e o macho, do flautim ao contrabaixo Do ventre à luz Da alma aos sãos Da cegueira à visão Do oco aos atos. Do ogro aos ratos Dos gnomos aos patos
Da fome ao prato Existem sons
A música é criança versada e versando Canções
À Deusa que rege a minha vida e a de Zilhões.