RONDA SILENCIOSA
Solidão cerrada, aquietada, escura Afora a janela, o cerrado tão calado Na imensidade do céu não fulgura Um só brado, um ermo imaculado
Cá dentro, a mudez flébil murmura E a melancolia no vento é fustigado Escoriando a alma, áspera candura Em um rasgar do silêncio denodado
Ecoa surdamente sôfrega bofetada De escora frouxa, completamente Aflando ali a apertura tão abafada
E, a letargia, assim, vorazmente Faz tácitos claustros de morada Em ronda silenciosa, lentamente
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Olavobilaquiando