?TRAGÉDIA
É a tragédia, bardo, desta vida neblina que na manhã embaça solidão com desleixo sem graça que na agonia sem dó é erguida
É gemido que na dor favorecida por tristuras n?alma em carcaça um choro, um sonho de fumaça sulca ufana, e devora destemida
É reza, enfim, que na pobreza da fé, numa carência generosa olha aos céus com certa frieza
Mas ter desilusão, tão gulosa na alegria, é prosa sem defesa ao fado traz frustação furiosa
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado