AMANHECÊNCIA
Na manhã do cerrado, a amanhecência O sequioso sol escorre numa enxurrada Dissolvendo a noite numa transparência Do azul visceral do alto céu da esplanada
O dia flana no horizonte com paciência Onde a luz sem um pouso certo, calada Suga o primeiro brilho, adiante essência Da mão de Deus traçando a madrugada
Deglutindo o breu, o espasmo nascente Beija o dia virgem do alvorecer inocente Devagarinho qual uma gentil namorada
O pólen do raiar se espalha tão ardente No enxuto sertão do chão árido vigente Num espectro mágico e Deia iluminada
© Luciano Spagnol poeta do cerrado Agosto de 2017 Cerrado goiano