CERRADO ERUDITO
Andei sobre o cerrado Como os bandeirantes Tão triste desmatado Fui as lágrimas soluçantes Fui por ele calado Um dia cerrado, gigantes No seu torto encantado Só para me recordar E não pude fascinar
Fiz uma poesia Como poeta do cerrado Soltei brados de fantasia Pra tê-lo do meu lado Mas a lembrança esvaia Pelo axioma empoeirado Neste preço tão alto Do belo desnudado
E então, como Cora Coralina Eu cantei versos ao luar Neste chão, e céu anilina Pra a sedução fascinar Aí, me curvei Chorei… Ante a força do sertão Até quando este estado? Surrado. Resiste a civilização
Ainda andei sobre o cerrado (…)
© Luciano Spagnol Poeta do cerrado
Domingo de Páscoa Paráfrase Paulo Vanzolini