DEVANEIOS
Quantas vezes, em sonho, as asas da ilusão Flechado pra onde estás, e fico ali no vazio Me perdi nos devaneios, e então a solidão Em um deserto agridoce: de amargor e frio
Angústia, minh?alma voa, quer outra direção Soluça na treva, triste realidade que arrepia Sonhos que mais parecem querer confusão Estirado sob o céu, do cerrado, árida folia
Quantas vezes, a imensidão, assim calada De cada canto passado, o olhar espantado Via minhas lembranças no beiral debruçada
Quantas vezes, quantas vezes, a passividade Da noite, num luar tão sedento e desfolhado Fez lagrimejar cada versar de uma saudade…
© Luciano Spagnol poeta do cerrado Outubro de 2018 Cerrado goiano Olavobilaquiando